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“ (...) o que os próprios seres humanos,
através de seu comportamento, revelam ser a finalidade e o propósito de suas
vidas? O que exigem da vida, e o que querem alcançar? É difícil errar a
resposta: eles aspiram à felicidade (...)” (FREUD: 1921, 62)
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“(...) Eu, civilizado, sou mais feliz que
o incivilizado, porque descubro realidades do Universo que ele não suspeita e
de que está privado.” (A Cidade e as
Serras: 18)
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“(...) o Homem pensa ter na Cidade a base
de toda a sua grandeza e só nela tem a
fonte de toda sua miséria” (A
Cidade e as Serras: 69): O oculto segredo por detrás da cultura.
Recalcamentos: Cultura X Mal-Estar
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“A religião é o desenvolvimento suntuoso
de um instinto rudimentar, comum a todos os brutos, o terror.” (A Cidade as Serras: 19): Sentimento
de religião (puramente subjetivo) X Sentimento de nós mesmos (sujeito a
perturbações); Dor e desprazer do eu (ligação do eu com o ambiente);
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“(...) as três fontes donde provém nosso
sofrimento: o poder superior da natureza, a fragilidade de nosso corpo e a
deficiência das disposições que regulam os relacionamentos dos
seres humanos na família, no Estado e na
sociedade.” (FREUD, 1921: 80)
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“A felicidade, porém, é algo inteiramente subjetivo.”(FREUD,
1921: 86)
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“Descobriu-se que o ser humano se torna
neurótico porque não é capaz de suportar o grau de frustração que a sociedade
lhe impõe a serviço dos ideias culturais, e disso se concluiu que suprimir ou
reduzir consideravelmente essas exigências significaria um retorno a
possibilidades de ser feliz.” (FREUD, 1921: 83)
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“Na Cidade
findou a sua liberdade moral: cada manhã ela lhe impõe uma necessidade, e cada
necessidade o arremessa para uma dependência: pobre e subalterno, a sua vida é
um constante solicitar, adular, vergar, rastejar, aturar; rico e superior como
um Jacinto, a sociedade logo o enreda em tradições, preceitos, etiquetas,
cerimônias, praxes, ritos, serviços mais disciplinares que os dum cárcere ou
dum quartel” (A Cidade e as Serras: 70): A ordem das relações humanas como
uma pulsão à repetição na cultura
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Comunidade x
Individualidade : “A
convivência humana só se torna possível quando se reúne uma maioria que é mais
forte do que cada indivíduo e que permanece unida contra cada um deles.” (FREUD, 1921:97)
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Cultura como um
serviço de Eros: “Acrescentamos
que a cultura é um processo a serviço de Eros, que deseja reunir indivíduos
humanos isolados, depois famílias, então tribos, povos e nações em uma grande
unidade, a humanidade.” (FREUD, 1921: 141); e “(...) o desenvolvimento cultural
pode ser caracterizado sucintamente como a luta da espécie humana pela vida.”
(FREUD, 1921: 142)
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Consciência de
Culpa X Sentimento de Culpa: “Chamamos de consciência de culpa a tensão entre o
supereu severo e o eu submetido a ele; ela se exprime como necessidade de
punição. Assim, a cultura domina a perigosa agressividade do indivíduo na
medida em que o enfraquece, desarma e vigia através de uma instância em seu
interior, do mesmo modo que uma tropa de
ocupação na cidade conquistada.” (FREUD, 1921: 144)
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Origens do
Sentimento de Culpa: “(...) o medo
da autoridade e o posterior medo do supereu. O primeiro obriga a renunciar à
satisfação de impulsos; o segundo, além disso, compele à punição, visto que não
se pode esconder do supereu a persistência dos desejos proibidos.” (FREUD,
1921: 151); e “(...) o sentimento de culpa como o problema mais importante no
desenvolvimento da cultura e de demonstrar que o preço do progresso cultural é
pago com a perda de felicidade devida à insatisfação do sentimento de culpa.”
(FREUD, 1921: 163)